Tecnologia na Europa: o quão na frente eles estão de nós, brasileiros? Parte 1: Aeroporto

Dherik Barison
4 min readNov 4, 2019

Recentemente fiz uma viagem para a Europa, especificamente visitando as seguintes cidades: Paris, Londres, Bruxelas e Amsterdã. Além das características mais óbvias destas cidades europeias, tais como segurança, limpeza, organização, etc, algo que me chamou muito a atenção foi a tecnologia, organização e automação empregada por eles para resolver problemas comuns a nós todos.

A ideia então é trazer um pouco do que observei e trazer a reflexão dos motivos de estarmos distantes deles em alguns aspectos. Vou distribuir tudo que observei por lá em mais de um texto, pois foram várias coisas e gostaria de comentar cada uma delas.

Check-in integrado entre as companhias aéreas

Na Europa existe muito mais concorrência entre companhias aéreas que no Brasil que, por si só, já éum exemplo de país com pouquíssima concorrência.

Contudo, creio que esta abundância de empresas lá também fomentou na união de algumas soluções comuns a todas elas, para facilitar o lado delas e também do cliente. Estou falando especificamente da parte de check-in do voo.

Diferente do Brasil, que cada empresa aérea tem um sistema de check-in diferente, várias empresas na Europa usam uma solução de uma empresa rival, a KLM. Com o token da KLM você pode fazer check-in em voos de várias outras empresas, deixando tudo mais simples para os passageiros. Por exemplo, meu voo foi pela AliItalia mas o check-in foi feito pelo site da KLM.

Despacho de malas

O despacho de malas no aeroporto de Amsterdã foi bem interessante.

Ao invés de pegar uma fila e aguardar ser atendido por uma pessoa para a pesagem, etiquetagem e (principalmente) despacho da mala, tudo isto é feito apenas por você. No Brasil, até onde sei, o despacho final da mala ainda depende de uma pessoa, mas lá todo o processo é feito pelo cliente.

Câmaras de hibernação do filme 2001: Uma odisseia no espaço

No aeroporto de Amsterdã você encontrará uma espécie de totem com uma “gaveta” ligada a esteira de malas. De alguma forma me lembrou daquelas câmaras de hibernação do filme 2001: Uma odisseia no espaço. Com seu cartão de embarque, você habilita ela, coloca a mala para pesagem, aguarda a impressão da etiqueta e depois de colocar a etiqueta na mala, a “gaveta” confere se a etiqueta está na mala e então a despacha. Sem intervenção humana além da sua :).

Devolução da bandeja do detector de metais

Quando as pessoas precisam passar por aquela porta com detector de metais e de outras substâncias, antes de acessar a área de portões do aeroporto, é normal temos a disposição aquela bandeja de plástico para colocar objetos pessoais pessoais de metal, tais como cinto, celular, moedas e etc. Porém, quando a bandeja chega ao final da esteira, é comum no Brasil alguém precisar organizar as bandejas, empilhá-las e levá-las até o começo da esteira. O tempo todo.

No aeroporto de Amsterdã isto também é automatizado. Quando chega a vez da pessoa, ela encontra 3 espaço com bandejas ao lado da esteira, onde você pode pegar a bandeja disponível. Ao retirar a bandeja, uma outra é recolocada no lugar, ficando disponível para você ou para a próxima pessoa. Ao final a pessoa coloca a bandeja dentro de um espaço ao final da esteira, onde uma esteira interna se encarrega de devolver a bandeja ao começo da esteira em um destes 3 lugares. Isto também agiliza a fila, pois ajuda a paralelizar o depósito dos pertences das pessoas nas bandejas, mantendo o detector sempre ocupado.

Localização das tomadas

Quem nunca quis muito carregar o celular no aeroporto, mas percebia que todos os assentos que tinham uma tomada disponível estavam ocupados? E, pior ainda, que muitas destas pessoas nem ao menos estavam usando a bendita tomada?

Pois é, o aeroporto de Amsterdã resolveu isto de maneira bem simples.

Os bancos perto das tomadas eram quase idênticos a este

Ao invés de colocar as tomadas perto de confortáveis assentos, eles colocarem as tomadas de energia sobre mesas altas e com bancos altos sem encosto, parecidos com aquelas bancos de barzinho. Ou seja, bem desconfortáveis. Isto evita naturalmente que as pessoas ocupem estes lugares por muito tempo, ocupando assim estas cadeiras apenas pelo tempo necessário para que seus celulares/notebooks/etc atinjam a carga desejada.

Banheiros

A torneira, sabonete líquido, secagem de mãos e descarga eram todos automáticos. Nada muito novo aqui, temos tudo isto no Brasil, mas fica registrado que estas soluções são mais a regra do que exceção por lá.

Painéis de LED

No aeroporto de Roma, em especial, é possível notar o uso e abuso de painéis de LED, com mais de 2 metros quadrados e revestindo colunas e paredes inteiras. Estes painéis lá são usados, basicamente, para propagandas comerciais: perfumes, carros, etc.

Avião

Na volta para o Brasil, o avião não tinha nada de muito especial em termos de tecnologia se comparado ao que já é visto nos carros, mas o ponto aqui é que ele também não devia nada.

Todos assentos eram equipados com uma espécie de tablet com boa resolução, bom contraste de cores, entrada USB e respondia rapidamente aos comandos. Acredito que também espelhava a tela do celular, mas não testei. O software usado era bem intuitivo e completo. Era possível também acessar pelo tablet as 2 câmeras externas do avião, que exibiam o que estava na frente e atrás do mesmo. O avião também contava com Internet por Wi-fi, mas o preço era proibitivo: o pacote mais básico era de 2 euros para 10 MB (ao menos foi o que entendi).

Bem, minhas impressões sobre os aeroportos e aviões foram estas. Se lembrar de mais algo, eu adiciono aqui :).

--

--

Dherik Barison

Java developer, Tech Lead, Stack Overflow enthusiast and contributor: https://dherik.com